Correlação entre adiponectina e fatores relacionados ao risco de doença cardiovascular em idosos.

Resumen

Introdução: O tecido adiposo produz inúmeras substâncias endócrinas que atuam na regulação de funções fisiológicas diversas. Dentre essas substâncias, destaca-se a adiponectina, que entre outras funções, pode conferir proteção contra Doenças Cardiovasculares, através dos seus efeitos anti-aterósclerótico e anti-hipertensivo.

Objetivo: avaliar o perfil de ADPN em idosos e sua correlação com fatores relacionados ao risco de DCV em idosos.

Método: Estudo transversal, observacional, quantitativo, realizado em um hospital universitário localizado no nordeste brasileiro. A amostra foi composta por 76 pacientes idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos. Foram coletados dados demográficos (sexo, idade), estilo de vida (atividade física, tabagismo), variáveis antropométricas (peso, altura), circunferências(cintura, quadril, pescoço); de avaliação laboratorial (hemograma, níveis séricos de triacilglicerol, de HDL-colesterol, de LDL-colesterol, colesterol total, PCR, glicemia, adiponectina).

Resultados: Dos 76 pacientes avaliados, 31,58% eram do sexo masculino, com média de idade de 71,21 anos. Da população estudada, 36 idosos coletaram a amostra de adiponectina sérica. Os pacientes que apresentaram índice de adiposidade elevado apresentaram média de adiponectina de 7,56 mcg/dl (p=0,041), os que receberam diagnóstico nutricional de excesso de peso obtiveram média de adiponectina de 6.80mcg/dl (p=0,001). Aqueles que apresentaram circunferência da cintura elevado apresentaram média de adiponectina de 8.05 mcg/dl (p=0,01) e os que obtiveram a medida da circunferência do pescoço elevada apresentaram média de adiponectina de 7,69 mcg/dl (p= 0,038).

Discussão: Observou-se que houve prevalência de excesso de peso na população estudada (56,58%) e correlação negativa com o nível de adiponectina (r= -0,595 p < 0,001). Também foi evidenciado correlação significativamente negativa entre o percentual de gordura corporal (p = 0,004) e adiponectina.

Conclusão: A adiponectina apresentou correlação significante com parâmetros antropométricos relacionados à doença cardiovascular e composição corporal.