Dificuldades alimentares em crianças com cardiopatia congênita acompanhadas em um hospital de referência.
DOI:
https://doi.org/10.12873/434marquesPalavras-chave:
Cardiopatias congênitas, comportamento alimentar, avaliação nutricional.Resumo
Introdução: Crianças com cardiopatia congênita podem apresentar disfunções orgânicas que influenciam na ingestão e utilização adequada de dois nutrientes e aumentam a demanda metabólica que pode levar ao desequilíbrio energético. Dessa forma, apresentam maior risco nutricional, podendo apresentar dificuldades alimentares com maior frequência desde o início da vida. Objetivos: Identificar a prevalência de dificuldades alimentares (DA) em pacientes pediátricos com cardiopatia congênita e seus fatores associados.
Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 51 crianças de 6 meses a 6 anos de ambos os sexos escolhidas por conveniência com diagnóstico médico de cardiopatia congênita. Foram coletados histórico clínico e social, patologia de base, hábitos alimentares e avaliação nutricional com base no peso, altura, circunferência do braço e circunferência da cintura. A avaliação das ADs foi realizada por meio da Escala Brasileira de Alimentação Infantil.
Resultados : Verificou-se que 15,7% das crianças apresentaram DA, 45% em ambos os países relataram preocupação com a alimentação e 43,1% relataram percepção de crescimento inadequado. Entre as crianças maiores de 12 meses, 48,8% substituíram o leite em 2 ou mais refeições e o uso de espessantes e farináceos não lácteos esteve presente em 33,3%, dois pacientes, sendo esses resultados significativos quanto à presença de DA. A desnutrição foi evidenciada em 17,8% segundo o IMC/I, e o déficit energético em 38,2% segundo a circunferência do braço.
Conclusões: A prevalência de cardiopatia congênita apresentando DA foi menor do que o esperado. Devido à insegurança de dois países, podemos contribuir para o desenvolvimento da AD. Não houve correlação significativa entre a presença de dificuldades alimentares e estado nutricional comprometido em pacientes com malformações cardíacas. O consumo de leite, mucilagens e farináceos está fortemente associado à presença de DA na população estudada.
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