Utilização do recordatório de 24 horas e Equivalente Proteico de Aparecimento de Nitrogênio (PNA) na estimativa de ingestão proteica de pacientes dialíticos

Resumo

Introdução: A doença renal crônica é uma condição progressiva e irreversível, que compromete o estado nutricional do paciente devido à suas múltiplas morbidades. Na fase final de doença, caracterizada pelo tratamento dialítico, o monitoramento do consumo dietético pode minimizar complicações no estado nutricional. Objetivos: avaliar a relação entre a ingestão de proteínas pelo método de recordatório de 24 horas e estimativa do equivalente proteico (PNA) em pacientes submetidos à hemodiálise regular. Métodos: Estudo do tipo série de casos, com pacientes adultos em terapia dialítica regular, na modalidade hemodiálise, por pelo menos seis meses, atendidos em um hospital universitário do Nordeste brasileiro. Foram avaliados estado nutricional e consumo alimentar pelo método de equivalente proteico de aparecimento de nitrogênio e recordatório de 24 horas. Resultados: A média de ingestão proteica por grama por quilo de peso analisada pelo equivalente proteico de aparecimento de nitrogênio em ambos os sexos se apresentou abaixo das recomendações nutricionais propostas para paciente dialítico em terapia regular (1,2 g/Kg/dia). Já no recordatório de 24 horas, para os homens e mulheres, este valor apresentou-se mais próximo. Não houve concordância entre os métodos PNA e o REC24h na população estudada. Discussão: Esta investigação trouxe que a média de ingestão proteica por grama por quilo de peso analisada pelo PNA em ambos os sexos se apresentou abaixo das recomendações nutricionais propostas para paciente dialítico, quando comparado ao recordatório de 24 horas. Conclusões: No acompanhamento nutricional, não ocorrendo possibilidade de mensurar a ingestão proteica por métodos preditivos, inquéritos alimentares devem ser mantidos como conduta complementar à avaliação nutricional. O acompanhamento nutricional periódico irá minimizar complicações clínicas e dietéticas no paciente com doença renal crônica, sobretudo na fase dialítica.